O último sábado (14/09), marcou o início de uma nova era do hóquei brasileiro. Deodoro, que já representava um referencial para o público do hóquei, se tornou oficialmente a casa do hóquei nacional com a reabertura do Centro Olímpico de Hóquei.

A cerimônia que teve a honra de oficializar essa nova era foram as finais do Campeonato Brasileiro de Hóquei sobre a Grama Adulto, feminino e masculino.

Vários atletas e convidados que presenciaram e testemunharam os jogos olímpicos do Rio 2016 retornavam a Deodoro, dessa vez para o descobrir o desfecho de uma dúvida importantíssima: Quem seriam os primeiros campeões do Centro Olímpico de Hóquei.

Coube a Florianópolis e Macau terem a honra de disputarem a primeira partida oficial brasileira do Centro Olímpico. O clube paulista, detentor de três títulos nacionais, dessa vez disputava o terceiro lugar do campeonato e manteve sua característica marcante, foram fortes até o fim. Inclusive quando viram o Florianópolis sair na frente e sacramentar a vitória, conquistando a medalha de bronze.

Logo em seguida, Desterro e Grêmio Interlagos entravam em campo para a disputa do título nacional. A equipe catarinense, experiente e familiarizada com triunfos, se deparava com um Interlagos extasiado em ter chegado até a final do Campeonato Brasileiro. Um clube com menos de 5 anos de existência chegando ao pódio pela sua segunda vez e visivelmente desfrutando de cada segundo em campo. Ao fim do jogo, as galáticas venceram e entraram pra história como o primeiro clube feminino a vencer um campeonato nacional no Centro Olímpico. Quem pensa que o Interlagos saiu perdedor de alguma maneira, se engana. Ao fim da partida, o clube paulista demonstrou maestria e domínio na compreensão do espírito esportivo. Parabenizando o título do Desterro e comemorando junto as atletas o lindo espetáculo de hóquei que haviam protagonizado.

No início da tarde iniciava a definição do pódio masculino. Rio Hockey e Desterro repetiam o confronto do ano anterior pelo terceiro lugar. A equipe do Desterro, comandada pelo melhor goleiro do campeonato, Daniel Tatara, entrava em campo disposto a não repetir o resultado de 2018. A equipe de Santa Catarina, que coleciona títulos coletivos e individuais nas categorias de base, demonstrou que o futuro do hóquei nacional está em boas mãos. O Rio Hockey, que nos últimos 3 anos não esteve fora do pódio, viu o desfecho pelo bronze terminar na disputa de shootouts. E não houve dúvidas do porquê o goleiro do Desterro foi eleito o melhor do campeonato. Após defender 3 cobranças de shootouts, o Desterro venceu o Rio Hockey e garantiu o terceiro lugar no pódio.

Assim como o terceiro lugar, a grande final masculina era a repetição do confronto de 2018. Florianópolis e Carioca entravam em campo empolgados pelo palco em que estavam prestes a dar um show.

Em 2018 o Florianópolis venceu sem dificuldades a equipe do Carioca e parecia que a história se repetiria após a equipe de Floripa abrir o placar por 2×0. Porém quem acompanhou a partida constatou que o hóquei é uma grande caixinha de surpresas. O Carioca conseguiu a virada e tomou a frente do placar. Pouco tempo depois o Floripa empatou e fez 3×3.

Pelo tempo regulamentar empate em 3×3 e mais uma vez, disputa de shootouts. Momento de pura tensão para os jogadores e para as torcidas, que já estavam em polvorosa.

O Floripa contava com Rodrigo Faustino, eleito em 2018 o melhor goleiro do campeonato, e o Carioca depositava sua confiança em Thiago Bomfim, melhor goleiro do campeonato estadual de 2019. E ao fim das cobranças, o triunfo de Thiago Bomfim, apelidado após o título pela sua torcida de “São Taffarel”. O Carioca vencia o Florianópolis e se sagrava o primeiro campeão masculino do Centro Olímpico.

A nova era do hóquei nacional se iniciava e o Centro Olímpico de Hóquei conhecia seus primeiros campeões. A instalação, que antes celebrava o hóquei de diferentes países, finalmente reverenciava o hóquei brasileiro. Chegava ao fim o Campeonato Brasileiro de Hóquei de 2019, carregando lembranças e momentos espetaculares. Um campeonato com campeões manejando tacos e bolas e campeões extra campo. Desde todo o corpo técnico, boleiros e staff. Além de cada pessoa alcançada pelo hóquei através da primeira transmissão ao vivo do Campeonato Nacional.